A deslocação de unidades de Anti-aérea para Angola, teve a
ver com as informações que foram obtidas de que o MPLA estava a formar pilotos
de avião na antiga URSS. Esta possível ameaça, conduziu à mobilização e
instalação em Angola, com especial predomínio em Luanda e a norte, bem como no
litoral, de unidades de Radar (Ambriz, Maquela do Zombo, Cabinda), Pelotões de
Artilharia Anti-Aérea (Ambrizete, Cabinda) e mesmo uma Bateria completa em
Luanda no chamado Farol das Lagostas.
Estas unidades, com destaque das Secções de Radar, para
além do controlo do tráfego aéreo, também fizeram o controlo do tráfego
marítimo como forma de detecção de possíveis movimentações de barcos para
desembarques de apoio aos grupos independentistas.
Todas as sub-unidades reportavam operacionalmente à Bateria
de Luanda.
O material usado a exemplo de todo o material militar da
altura, com excepção da G3, era equipamento do período pós 2ª Grande Guerra,
dos anos 50 a 55.
Ou seja material totalmente desadequado à evolução que se
deu na área da aviação com o aparecimento dos chamados aviões a jacto.
Com a evolução militar em Angola que no ano de 1972 estava
totalmente controlada, apenas com muito pequenos focos no Norte e Leste.
O entendimento com os sul-africanos que conduziu ao apoio
aéreo e à entrada e/ao estacionamento de diversos aviões de todo o tipo em
diversos locais de Angola, fez com que a utilidade das unidades de Antiaérea
ficasse obsoleta.
Se acrescermos a isto a dificuldade de recrutamento de
efectivos para o Ultramar, o desvio preferencial para a Guiné e Moçambique,
tornaram ainda impossível a manutenção dessas unidades, pois já eram poucas as
disponibilidades de pessoal para as unidades mais operacionais e que reforçaram
o recurso a elementos do recrutamento local.
De modo semelhante outras pequenas Unidades foram extintas,
tais como os Pelotões de Reconhecimento Daimler, da arma de cavalaria, dos
quais também havia 2 no Ambriz.
Quando em finais de 1971 a situação da extinção da Secção
Radar foi colocada ao comandante pelo Comando do Batalhão sediado na Fazenda
Tentativa, foi por ele tentada uma saída de modo a manter unido o grupo de
militares e a «sede» no Ambriz.
Propôs que com o reforço de alguns poucos militares (mesmo
que do recrutamento local) fosse «criada» uma força para protecção às colunas
militares – MVL e civis – que se realizavam 2 a 3 vezes por semana entre a
Tentiva/Libongos e Ambriz, fazendo a ligação à ida e ao retorno das colunas com
destino ao Ambrizete e a S. Salvador, num local chamado Ponte de Freitas Morna,
permitindo desviar as companhias e pelotões para funções mais operacionais.
Esta proposta não foi aceite pelo que a extinção passou a ser o destino.
Gostaria de informar que as primeiras unidades de Antiaérea que foram par Angola, foram Os Pelotões AAA 47 e 48. Posteriormente em 13/07/1962 embarcaram no Navio "Vera Cruz", para Angola os Pelotões AAA 50, 55 e 56 e ainda a Bataria AAA 386. Mais informo que eu fazia parte de um destes Pelotões.
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